Sem dúvidas, uma das maiores crises contemporâneas se dá no campo dos relacionamentos amorosos. É uma era marcada pela quebra de paradigmas e modelos pré-estabelecidos de se relacionar, e pela busca individual da própria jornada afetiva e sexual. Porém, ainda permeia a sombra da moral repressora de outrora, às vezes velada, às vezes explícita. Essa contradição constante atravessa os afetos e a forma de viver, ou não viver, a sexualidade nos dias de hoje. ⠀
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É uma era complexa: a ausência cada vez maior de modelos, ideais e formas padronizadas de se relacionar tem um efeito ao mesmo tempo libertador e também assustador, pois cada encontro, cada relação requer um novo mapeamento, uma nova construção. E às vezes esse processo da trabalho!⠀
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Toda transformação cultural traz tanto ganhos como desafios. Uma nova consciência gera uma reconfiguração de novas formas de ser e de amar que pode abrir portas para uma autenticidade maior nas relações. Porém, há o risco de perder-se em ideias, em racionalizações que podem vir a mascarar conflitos básicos estruturados na personalidade, entre eles o medo da entrega e da intimidade.⠀
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O medo da intimidade sempre existiu, se relacionar nunca foi fácil, e ter uma compreensão madura da própria sexualidade sempre será desafiador. Porém, na era da modernidade líquida (gasosa?) vínculo e sexualidade parecem campos que se cancelam mutuamente. Numa era onde o primeiro contato pode ser uma foto intrusiva de uma genitália, onde o invadir grosseiramente e o sumir repentinamente se misturam, que intimidade estamos falando? Muitas vezes, o sexo se torna uma defesa, uma forma de atropelar ou dificultar o processo difícil de abrir-se; uma forma de manter um estado contínuo de desvinculação. E essa desvinculação pode ser uma defesa contra experiências mais profundas, intensas e satisfatórias de entrega e satisfação sexual.⠀
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Ainda habitamos uma sociedade imatura sexualmente. Seja por conta da hiperestimulação ou repressão sexual, carregamos marcas de sofrimento no corpo. O encontro com o outro é uma forma de conhecer nossas próprias feridas. ⠀
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Quando fugimos de um vínculo, fugimos do outro ou de nós mesmos?
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Ugo Luna
Psicólogo Clínico – Psicoterapeuta Corporal
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