Trilhamos um longo caminho como sociedade desde a revolução sexual dos anos 60, e ainda mais desde a moral sexual repressiva da virada do século xx, período que coincide com o surgimento da psicanálise. Freud observou como por trás da neurose de sua época existia um fundo de culpa sexual, e a nível corporal, uma culpa diante da experiência do prazer. Notou como essa moral repressiva gerava uma série de bloqueios em relação ao prazer e excitação, gerando uma série de doenças psicossomáticas e sofrimento neurótico. ⠀
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Nos anos 50 e 60 o interesse pela sexualidade humana amadurece, primeiro como fonte de pesquisa científica, depois como revolução cultural. Inicia um caminho para uma sociedade mais aberta às diversas facetas e possibilidades da sexualidade e da função central do prazer na vida humana. ⠀
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A busca pelo prazer abre um campo de novas possibilidades, menos “tabus” e proibições, ainda que a sexualidade se torne cada vez mais uma imagem ideal, um instrumento do narcisismo. Evidente, a capacidade de se permitir prazer faz parte de uma dinâmica sexual saudável, porém numa perspectiva bioenergética, “prazer” é só metade da equação. Prazer, por si só não é garantia de satisfação, e nesta visão, uma sexualidade madura teria espaço para uma maior capacidade tanto para o prazer e seu desabrochar natural, a satisfação sexual. Porém não é isso que parece acontecer hoje em dia. ⠀
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Nos dias de hoje, a “culpa sexual” não é uma queixa tão frequente: uma sociedade “sofisticada” tem menos tabus em relação ao prazer. A queixa básica nos dias de hoje não são nos moldes da culpa como antigamente, mas o que permeia o cenário como questão central, crônica e abrangente é a queixa do “vazio”, um vazio difuso, sem nome, que está por trás das diversas queixas de depressão que surgem hoje em dia. ⠀
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Este vazio está associado a uma sociedade imatura em sua busca por satisfação. Bioenergeticamente falando, satisfação não se trata de uma ideia, fala sobre uma maior capacidade de entrega, física e emocional, no ato sexual, permitindo uma descarga reparadora e profunda, e quem sabe, mais “satisfatória”. ⠀
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Em nossa compulsão por prazer, perpetuamos o vazio.
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Ugo Luna
Psicólogo Clínico – Psicoterapeuta Corporal
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